quarta-feira, 19 de março de 2008

SE...

Nesta Sesimbra de contrastes, admirável, onde o limite entre o que se pode inovar e o que não se pode reformar é muitas vezes não entendível. Esta Sesimbra entre o marasmo de outrora e a dinâmica actual, de praia, sol e luz é muitas vezes obscurecida por gestos, palavras e actos de sumidades que atingem a menoridade. Esta Sesimbra gastronómica de obra indigesta, de desabrigo que põe efeito na prevalência do eu em relação ao nós. Que é de agora e do originário onde o depois, condicionado por aquele, nunca a ele pode volver. Que era de veredas, azinhagas e caminhos, de casas, povoados e aldeias, de pescadores, agricultores, pastores e comerciantes, de usos, costumes e cultura próprios, que é de estradas, ruas e avenidas, de aldeias e vilas, de gente natural e visitante, onde alguns teimam em ver o antes, não querem contemplar o presente e muito menos pressagiar o futuro. Sesimbra periférica com estradas que trazem e levam, pessoas em carros e motos por sinusóides e rectas lineares obscurecidas por mortes no efeito da ânsia, do extasie e do stress, que tiram o brilho da luz da vida. Onde uma força policial se lhe arroga o direito de reservar para si o passeio, que deveria ser de peões – calculem!? – Para estacionamento de viaturas dos seus agentes. É neste labirinto de calendas que a Assembleia Municipal aprovou o Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra, que vinha aprovado por unanimidade da Câmara Municipal. Mas, eis que, chegado aqui, ainda a discussão não tinha começado e já uma bancada mete os papéis debaixo do braço e tira-vira que eles ai vão. - ÓH! Mas que é aquilo? Eu que não costumo ir assistir às Assembleias Municipais de Sesimbra (porque vou às de Monforte) fiquei pasmado. Então aquela bancada, só porque não lhe aprovam um requerimento vai embora?! E a discussão? As propostas? As posições politicas face à discordância – se é que existe. Será que tiveram tempo para assinar a senha de presença? Que bancada é? - Do Partido Socialista, o mesmo que tinha aprovado o Plano de Pormenor da Zona Sul da Mata de Sesimbra, nesta mesma Assembleia – mas isso foi antes, quando detinha a Presidência da Câmara. ÁH! Verdade, verdadinha anteriormente era grande, grande, até incorporava o famigerado Projecto ou Plano do Meco. Já percebi este é pequeno demais para os eleitos pela população na Assembleia Municipal o aprovarem. Este Planezito só traz uns postozinhos de trabalho, umas estraditas, só vai preservar a mata e obrigar a terminar com a exploração de inertes. Já compreendi, os eleitos do Partido Socialista na Assembleia Municipal de Sesimbra não querem empregos para a população, não querem preservar a mata e querem que continue a exploração dos inertes, que os pinheiros continuem a morrer, quais estradas? Não fazem falta. Bem fizeram as bancadas que conscientemente continuaram a discussão sobre o Plano e o aprovaram. A CDU, em intervenções extraordinárias, explanou claramente a sua posição coerente, agora como antes – quando não detinha a Presidência da Câmara Municipal – mais uma vez deu uma lição de bom senso, coerência e determinação. O Presidente da Câmara Municipal e o Presidente da Junta de Freguesia do Castelo – Augusto Pólvora e Francisco de Jesus – disseram claramente o que representa este Plano para o desenvolvimento do Concelho e para a Freguesia do Castelo. Mais uma vez os Comunistas integrados na CDU disseram o que defendem para o Concelho e porque lutam pelo bem-estar das populações, pelo trabalho com direitos e porque defendem e preservam a floresta e o ambiente. É nesta Sesimbra, que tem uma comunicação social local como importante pilar de assumpção de cidadania e de valores, que os Comunistas continuarão a dar a conhecer o que defendem para nós Sesimbrenses.
Artigo de Opinião de Florindo Paleotes Membro do Executivo da Concelhia de Sesimbra do PCP
in Jornal Nova Morada